terça-feira, 5 de abril de 2011

Cidadão paga mais devido aos terrenos irregulares no Jussara

                                                        Foto: Arquivo/Receita Municipal
               Mapa do Bairro Jussara, mostrando os terrenos e as construções irregulares.

Está cada vez mais difícil se deslocar em Imperatriz. O transporte público é precário, há uma dúvida quanto à regulamentação do táxi lotação e o mototáxi acaba sendo uma alternativa mais cara. No bairro Jussara, alguns terrenos estão situados irregularmente, onde deveriam passar três ruas: Pará, Iracema e Rui Barbosa. É direito da população de transitar com mais comodidade, e é comercialmente viável também, pois, sem essas vias, sobrecarrega-se a Piauí e a Ceará, alem tornar incomodo o trajeto para determinadas localidades.

De acordo com uma consulta feita no banco de dados na Receita Municipal, não consta em nenhum processo o nome dos titulares dos terrenos em questão, o que deixa a história ainda mais intrigante. Em partes destes terrenos, estão sendo construídos dois prédios, um comercial e outro para moradias. Ou seja, há uma apropriação de bens públicos e o uso dele para fins particulares e lucrativos.

A Rua Maranhão, há cinco anos, viveu uma situação semelhante. No caso, além de terrenos em locais errados, havia uma lagoa também, que foi motivo para a inexistência da via, afirma Dona Sônia, 37, moradora a quinze anos da Maranhão. Ela revela que o povo saiu em protesto pela causa. O falecido Governador Jackson Lago, na época, pavimentou o local e abriu a estrada. Além disso, houve uma demarcação de terras, e a maioria hoje está vendida.
O Centro de Convenções é mais um exemplo de construção feita inapropriadamente, pois a Rua Iracema, de acordo com o mapa atualizado da cidade, passaria pelo meio do complexo da ACII (Associação Comercial e Industrial de Imperatriz). Enfim, inúmeras são as irregularidades na execução do planejamento urbano de Imperatriz, e quem paga por isso é o cidadão, que gasta mais gasolina para se deslocar de um ponto a outro na cidade.

sábado, 26 de março de 2011

Crimes sexuais: uma dicotomia de hemisférios


Diariamente acompanho através da mídia, casos de crimes sexuais no país e no exterior, e é nítido a disparidade no tratamento dado aqui e lá fora. No Brasil, esses crimes acontecem, mas a falta de rigor pelas autoridades que não punem severamente os infratores, leva os casos a se repetirem.

No ano passado, em Luziânia, Estado de Goiás, jovens aos poucos foram desaparecendo. A polícia investigava a partir da hipótese de sequestro, quando descobriu que o sumiço deles estava ligado a um pedreiro homossexual pedófilo, Ademar Jesus da Silva, que os molestou e os matou. Neste caso, a justiça foi feita pelo rigor dos carcerários, que abusaram do pedófilo, o que levou o pedreiro a se matar. De forma trágica essa história terminou, mas não foi suficiente para acalmar as famílias dos jovens assassinados.

Este caso chocou o Brasil, como qualquer outro do tipo. Mas o que é cansativo é que ficamos muito tensos ao ver a repetição destes e saber que, se o infrator não acabar linchado pela população ou dentro da cadeia mesmo, infelizmente, pelas autoridades a justiça não será plena, pois a lei é frágil na hora de aplicar as punições.

E o pior ainda é quando vemos órgãos que deveriam atuar na exposição de casos como esses para garantir que haja punições severas, como as empresas de comunicação, na verdade, estão se omitindo do seu dever, pois querendo ou não, a força das mídias é indiscutível, e quando o trabalho é feito, as autoridades são pressionadas pelo seu poder.

Sobre isso, em 2010, o filho do diretor da TV RBS de Santa Catarina se envolveu em um caso de estupro, junto com mais alguns amigos. A vitima, era uma menina de apenas 13 anos, enquanto os estupradores tinham em média 14. O caso foi a público devido à confissão do filho do diretor da emissora, sendo esta, que por sinal não emitiu nenhuma nota à imprensa comentando o caso, ou seja, ficou claro a proteção feita.  

Em entrevista a TV Record, o menor estuprador esnobou as autoridades, e quando questionado sobre a possibilidade de ser preso, ele respondeu: “tu tá zoando”, mostrando assim, que conhece o grau de impunidade destes casos.

E quando o assunto foge do cotidiano e afeta a moral das religiões? Tem sido corriqueiro neste país observar que representantes das correntes religiosas mais populares no país e no mundo, padres e pastores, estão se desviando dos padrões morais de suas doutrinas, ao se envolverem em casos de pedofilia. Em 2010, O Jornal O Imparcial noticiou o flagrante do padre Felix Barbosa Carreiro, de 43 anos, com quatro jovens, dois de 18 anos e outros dois tinham 13 e 15 anos. E casos como esse temos “no balde”.

Certa vez, um professor que eu tive de História, do cursinho pré-vestibular, que no passado foi padre, revelou em sala de aula que um padre de sua paróquia se envolveu com um menor de idade e foi expurgado da diocese por isso. Mas, alguns anos depois, quando meu professor foi rezar uma missa em uma cidade do interior do Pará, ele reencontrou este padre pedófilo trabalhando na paróquia que ele ia rezar a missa. O pedófilo o recebeu alegremente e agia como se nada tivesse acontecido. Ou seja, não sei se este pedófilo foi preso, mas, se foi, ficou pouco tempo, e também, a medida da igreja não foi nada severa, já que o infrator conseguiu trabalho em outra igreja facilmente.

Isso é o maior exemplo de que o Brasil não sabe punir seus infratores, não sabe “reformar” o ser humano que ultrapassa o limiar da lei, e devolvê-lo dignamente à sociedade, tudo por culpa de um dominó político, que começa com a corrupção dos meios de comunicação, que são negligentes e vendem sua opinião, depois pela fragilidade do poder judiciário e legislativo que não apresentam medidas paliativas justas perante as atrocidades vivenciadas diariamente, e tudo isso torna o setor carcerário brasileiro insuficiente na proposta de reintegrar o infrator à sociedade.

Casos de pedofilia e crimes sexuais nos países da Europa são tratados sob um rigor invejável, pois, quando estes fatos ocorrem, os europeus entendem que a moral de uma sociedade inteira foi manchada por um individuo que fazia parte dela, mas que, por tal atitude, não tem condições de conviver entre os outros.  

A exemplo desse tratamento diferenciado na Europa, quando uns membros da igreja católica na Irlanda se envolveram em escândalos de pedofilia, o Papa escreveu uma longa carta se desculpando pelo ocorrido e anunciou uma investigação formal severa sobre o caso. Ou seja, é a instituição agindo além das autoridades tradicionais.

Outra diferenciação está no que tange os crimes de invasão de privacidade e atentado ao pudor, que, no Brasil, não são punidos de forma tão arbitrária como é na Europa. No portal de notícias do G1 tem inúmeras matérias falando sobre estes casos no continente europeu. “Professor é suspenso por fotografar por baixo de saia de mulheres”, “Jovem é preso nos EUA acusado de filmar bumbum de mulher”, “Homem usa câmera presa ao sapato para filmar por baixo da saia de mulheres”, “Funcionária de escola é suspensa por trabalhar como atriz pornô”, “Monge budista é preso por filmar mulheres nuas durante cerimônia”, “Francês é multado em R$ 1.075 após filmar casal vizinho fazendo sexo”, entre outros casos mais.

No Brasil, o programa CQC, da Band, fez uma “pegadinha” colocando a frente do computador uma menina maior de idade, mas que na ocasião, ela teria 16 anos. A jovem entrou em salas de bate-papo, como os da UOL, e em inúmeras situações, através de conversas com webcam, foi molestada, assediada, por caras bem mais velhos, ou seja, se configurou como pedofilia. E como o nosso sistema é frágil nas punições, nada foi feito, nem dessa vez, e raramente  nem outras vezes.

Foi liberado pelo Wikileaks, um sistema de mensagens de pedofilia, que foi mapeado pelo FBI. O documento mostra que através de uma série de símbolos, cada um com um significado, os agentes podem rastrear ações de pedófilos e, assim, puni-los no rigor da lei.

Isso mostra o quão a frente estão as autoridades europeias no tratamento e combate destes casos, um exemplo para o Brasil, assim como em muita coisa, infelizmente. 

sexta-feira, 25 de março de 2011

Valeu de mais, Fluminense!


Valia o fim da crise. Valia continuar acreditando. Valia confirmar o título de time de guerreiros. Valia pra provar que nem mesmo frente a tantas adversidades deve-se desistir.

O pó de arroz tem em sua história recente a histórica reação do Brasileirão de 2008, quando, ameaçado de ser rebaixado (tinha 98% de chances), conseguiu reverter essa matemática com seqüências de vitórias no segundo turno. Acredito que esse fato é tido pelos jogadores como exemplo de que enquanto houver chances, eles lutarão.

Em jogo de volta pela Libertadores, o Fluminense recebeu o América do México com um único objetivo: conquistar os três pontos. No banco de reservas, um contestado técnico interino, Ronaldo Torres (que tem contrato vitalício com o clube como auxiliar técnico). Torres mudou o esquema tático do time. Apostou em um time mais ofensivo, mesmo com um adversário muito talentoso como a equipe do México, que venceu na partida de ida.

O jogo no inicio foi tenso, truncado no meio de campo, sendo as jogadas mais procuradas foram chute de longa distância e a ligação direta. E foi em uma bobeira da zaga do Fluminense que saiu o primeiro gol da partida. Aos 15 minutos, lançamento feito por Montenegro, de 51 m de distância, o goleiro Ricardo Berna aproveita a “parede” feita pelo zagueiro Digão e salta para interceptar o lance no ar, segura a bola, mas, chocasse contra o tronco do zagueiro e cai de mal jeito, deixando a esfera escapar de seu domínio. Oportunista, Vuoso se adianta na jogada e toca pro fundo das redes.

O que já era difícil parecia ter se tornado missão impossível. Mas, em uma reação fulminante, aos 22 minutos, cruzamento de Souza na área do América, e Gum se adianta ao zagueiro da equipe mexicana, e faz um o gol de empate.

A partir daí o jogo se tornou interessante com a investida dos dois lados em criação de jogadas ofensivas. No fim do primeiro tempo o Fluminense encaixou uma longa pressão, e teve várias chances de marcar o segundo.

Na volta pro segundo tempo, a ofensiva ficou por parte do time brasileiro, enquanto a equipe mexicana procurava sair rápido em transição para ataque.

Aos 20 minutos, um cruzamento fechado de Sanches da linha de fundo, a bola passava por cima da linha quando Digão, na tentativa de cortar o lance, acaba colando a esfera pra dentro.

Mais uma vez com placar adverso, além disso, a pressão por resultados e em casa, o Flu parte freneticamente para o ataque. No início, meio desorganizado, mas depois soube colocar a bola no chão e criar boas jogadas ofensivas.

O técnico Ronaldo Torres resolve trocar peças do time e torná-lo ainda mais ofensivo. Colocou os atacantes Araújo e Rafael Moura (He-Man) e o Meia Deco.

Com o América todo recuado, porém, marcando com linha defensiva alta para pressionar no meio de campo, ou seja, a zona do raciocínio, como denomina o saudoso Silvio Luis, o time de guerreiros criou muitas chances, que pararam na defesa. Mas aos 35 minutos, Araújo recebe um cruzamento glorioso de Conca, e com um arremate de cabeça, indefensável, marca o gol da reação.

A partir daí, o América volta a buscar jogo e cria situações de perigo na base contra-ataque. Ao se adiantar, a equipe mexicana deixa exposta sua defesa. Dessa forma, um lançamento de Fred a longa distância, pega de surpresa a zaga mexicana, e Deco se antecipa aos dois zagueiros e ao goleiro, que vinha como um líbero, e com um toque, apesar de ser na dividida, mas, por cima do goleiro, fazendo a bola “morrer” lentamente dentro do gol. Era Deco fazendo a sua glória e a redenção do Fluminense.

O jogador lusobrasileiro vinha de lesão e voltava justamente nessa partida. Durante sua recuperação, Deco pensou em encerrar a carreira, mas, para a alegria da torcida guerreira, o jogador foi persistente e agora só tem que comemorar seu bom momento. Este é um atleta iluminado, de fato, que apesar de tantos títulos importantes e em clubes importantes, ainda se emociona ao decidir uma partida.

Tô na SeCa


No próximo dia 29 (terça-feira) ocorrerá na UFMA de Imperatriz a Semana do Calouro (SeCa), uma iniciativa do Centro Acadêmico de Jornalismo para receber aos calouros do curso. Através de mini-cursos e grupos de discussões, o CA pretende dar aos novatos a oportunidade de conhecerem melhor o curso e adquirirem bases teóricas e práticas para o desempenho diário como jornalistas, quando lhes forem exigidos. As atividades também têm como público os demais estudantes de Comunicação Social de outros períodos.

Os mini-cursos oferecidos são de Jornalismo Literário, Edição de Vídeo, Teatro do Oprimido, Mídias Sociais, Estêncil, Pinturas e Músicas Indígenas, Pinhole e Fanzine.

A grande novidade é o Teatro do Oprimido que trata-se de um estudo feito por Boal que

(...) Depois de exilado pelo regime militar, Boal se dedicou a pesquisar formas teatrais que pudessem ser úteis para oprimidos e oprimidas, criando condições para ultrapassarem o papel de consumidores de bens culturais e assumirem a condição de produtores de cultura e de conhecimento. Para tanto, sistematizou o Teatro do Oprimido, que poderia ser chamado de Teatro do Diálogo que, partindo da encenação de uma situação real, estimula a troca de experiências entre atores e espectadores, através da intervenção direta na ação teatral, visando à análise e a compreensão da estrutura representada e a busca de meios concretos para ações efetivas que levem à transformação daquela realidade.
Um Método teatral que se baseia no princípio de que o ato de transformar é transformador. Como diria Boal, aquele que transforma as palavras em versos transforma-se em poeta; aquele que transforma o barro em estátua transforma-se em escultor; ao transformar as relações sociais e humanas apresentadas em uma cena de teatro, transforma-se em cidadão. Um Método que busca, através do Diálogo, restituir aos oprimidos o seu direito à palavra e o seu direito de ser."

Nos grupos de discussões temos as diretrizes: Assistência Estudantil, Organização estudantil na UFMA, Pesquisa e Extensão, Reforma universitária, Estrutura física, Direitos e deveres, Qualidade de formação do comunicador, Democratização da comunicação, Combate às opressões, Cultura popular, Criminalização dos movimentos sociais e C.A's, D.A's e coletivos no Movimento Estudantil.

Enfim, eventos como esse ocorrem frequentemente na UFMA, mostrando a preocupação da instituição de, não só formar profissionais, e sim, ativistas sociais.

Dep. Reguffe dá exemplo de moral e caráter


Segue artigo na Veja que mostra o caso exemplar de um deputado federal que economiza o dinheiro público. Parabéns ao deputado Reguffe, caso algum dia ele venha a pleitear cargo mais elevado, deverá ser um formidável candidato.

Deputado diferente
Veja - 07/02/2011

José Antônio Reguffe, de 38 anos, foi o deputado federal mais bem votado do país em termos proporcionais. Escolhido por 266.465 eleitores, o equivalente a quase 19% dos que foram às umas no Distrito Federal, ele superou fenômenos televisivos, como Tiririca, e integrantes de clãs políticos tradicionais. No primeiro dia de trabalho, o parlamentar expediu seis ofícios à diretoria-geral da Câmara. Abriu mão do 14° e do 15° salários reduziu o número de assessores no gabinete, cortou gastos com salários de assessores e diminuiu sua verba de atividade parlamentar. Como morador de Brasília, naturalmente também abriu mão do auxílio-moradia e das passagens aéreas. As medidas resultarão em uma economia de 2,4 milhões de reais nos próximos quatro anos. Se elas fossem seguidas por todos os 513 deputados, a economia chegaria a 1,2 bilhão no mesmo período. Reguffe tomou medidas idênticas quando exerceu o mandato de deputado distrital em Brasília. Além de ter demonstrado que é possível um parlamentar trabalhar sem mordomias em excesso, o deputado brasiliense teve uma votação que prova como isso está em sintonia com o que pensa o eleitor.
QUINZE SALÂRIOS
O primeiro ofício que José Antônio Reguffe enviou à diretoria-geral da Câmara foi para pedir que não fossem depositados em sua conta os dois salários que os depurados recebem anualmente chamados de "ajuda de custo". Trata-se, na prática, de um 14° e um 15° salários, de 26723,13 reais cada um. Ao longo dos quatro anos de mandato, a medida levará a uma economia de 213785,04 reais para a Câmara.

"Esse foi um compromisso com meu eleitor. Não acho que seja correto que um deputado tenha direito a salários extras. Todo trabalhador recebe treze salários por ano. Portanto, nada mais lógico que um representante desse trabalhador também receba apenas treze salários por ano. É o justo."

COTA PARLAMENTAR

A Câmara criou uma cota para custear todos os gastos dos parlamentares com seu trabalho. Com valores que vão de 20030 a 34000 reais mensais, o dinheiro deveria ser usado para pagar despesas com passagens aéreas, selos, telefone, combustível, aluguel de carros e pagamento de consultorias. Como a fiscalização é muito frouxa, são frequentes os indícios de uso irregular. Reguffe pediu que sua cota fosse reduzida de 23030 reais para 4600 reais. Em quatro anos, a economia com a medida será de 884640 reais.


"Esse valor de 23030 reais é exorbitante, excessivo. O mandato parlamentar pode ser exercido com qualidade a um custo bem menor para os contribuintes. Pela minha experiência na Câmara Legislativa, acho que 4600 reais é um valor viável. É suficiente para manter o gabinete funcionando bem."

VERBA DE GABINETE E ASSESSORES

Os deputados têm direito a 60000 reais para contratar até 25 assessores para seus gabinetes. Reguffe estabeleceu junto à direção da Câmara que terá no máximo nove assessores e que não gastará mais que 48000 reais com os vencimentos, uma redução de 20% na verba. Só com os salários, a economia será de 624000 reais ao longo dos quatro anos. Mas ainda há o enxugamento de benefícios. Apenas com vale-alimentação dos dezesseis funcionários que não serão contratados, a Câmara economizará 514560 reais até 2014. "O número de assessores a que um parlamentar Tem direito é excessivo. Nós precisamos de bons Técnicos para exercer um mandato digno. Agora, 25 assessores. Se todo mundo vier trabalham; o gabinete não comporta nem a metade. É um gasto que parece servir como uma espécie de estatização de cabos eleitorais. Eu tenho um gabinete que vai me servir bem, que vai me dar amparo, sem precisar de tanta gente."

Noites conturbadas Imperatriz


Nesta sexta, 18, fui acometido por uma febre alta, seguida de dores no corpo. Cheguei ao Hospital Santa Mônica e liguei o “faro jornalístico”. Já comecei a prestar atenção desde a entrada da recepção. Observei a limpeza e o espaço para os enfermos, até aí tudo em ordem. No entanto, o espírito mercenário logo se manifestou. Estava muito fraco, e como já disse, repleto de sintomas, queria muito ter me sentado e esperado o cadastro na recepção que era feito pela minha Avó, mas permaneci em pé ao lado do balcão, para continuar a avaliar o atendimento. Demorei em média 10 minutos para ser cadastrado (e olha que eu já era cliente) até ser encaminhado para a sala de emergência, onde já estava deitada no leito uma senhora com os mesmos sintomas que os meus. Ainda na recepção, fui informado que não havia leitos, caso fosse necessário uma internação.

Enquanto aguardava atendimento, a até então enfermeira pra mim, que só depois de um diálogo aberto e amistoso soube pela própria que era, na verdade, uma técnica em enfermagem graduada pelo EQTEI. Esta cumpriu todos os procedimentos básicos de assepsia, mas pecou ao não usar luvas e ao manter suas unhas um tanto compridas, que podem acumular germes e bactérias, pois ela é uma profissional que está em contato com esses seres microscópicos a todo tempo, podendo contaminar os enfermos.

Conversando com o médico, perguntei, em mais uma conversa aberta, por que os leitos estavam lotados. O doutor me disse que nesta época os casos de dengue aumentam, apesar de toda a política de combate à doença que o Ministério da Saúde promove anualmente, e a maioria dos leitos estão ocupados por isso. E tem mais, minha companheira de leito revelou que antes de vir pro Santa Mônica, esteve no São Rafael e constatou que lá também estava com os quartos ocupados.

Ou seja, Imperatriz enfrenta um grave aumento de população e os nossos Hospitais particulares, em épocas de epidemias não estão comportando a demanda. Assim, é preciso que haja ainda mais investimentos na ampliação destes ou na construção de novos centros de saúde. Se os hospitais particulares estão lotados, imagino os postos de saúde ou nos públicos como estão.

Minha Avó deu uma saída enquanto eu estava sendo medicado e voltou em poucos minutos acompanhada de uma amiga que trabalha como faxineira do hospital. No papo entre as duas, a funcionária revelava que estava em uma jornada de trabalho desde a tarde, só terminaria o turno pela manhã. Depois disso, reparei que a enfermeira aparentava cansaço e perguntei, usando um sorriso amigável para disfarçar o caráter de repórter se a mesma estava cansada. Ela me respondeu que sim, pois estava desde a tarde de plantão, e assim como a faxineira, só seria liberada pela manhã. Além disso, no dia seguinte a tarde ela viria trabalhar “quebrando um galho” para uma companheira de trabalho. 

Tal atitude imposta pelo hospital, de trabalho por três turnos, é um tanto pesado, pois coloca os mesmos em desgaste físico e mental, que a longo prazo limitam a capacidade destes de exercerem sua profissão, ainda mais neste caso quando a funcionária agravou sua situação física, por mais que estivesse acostumada, mas o cansaço aparente é a prova que ela tem seus limites.

Ao ser liberado para casa, desci da cama e ao calçar minha sandália, acabei pisando em um pequeno caco de vidro, me causando um corte leve. Eu nem me importei na hora, mas a Técnica em Enfermagem tratou de passar algodão molhado no álcool e só depois fiquei lúcido que poderia estar exposto a uma infecção hospitalar. Preocupada, ficou justificando o caco por uma dificuldade de limpar tudo já que são tão pequenos. Mas enfim, pequenos cacos, configurando uma pequena falha.

Esse fato concluiu minha passagem pelo hospital, de caráter tanto como enfermo alem de jornalístico também.

Na volta para casa, observei as ruas desertas das noites de Imperatriz. Contudo, um elemento do cenário era incompatível com a paisagem. Uma música eletrônica a alto nível sonoro. Mais na frente isso ficou explicado. Em um posto de gasolina não muito distante do hospital estava acontecendo uma festa de carros automotivos, que, por casos de violência que ocorreram no Sul foram proibidas. Além disso, a lei do Silêncio, dever da Superintendência do Meio Ambiente fiscalizar deveria ter autuado no local e também, o fato de a música incomodar aos enfermos internados no hospital indica que a festa também está em estado irregular por isso.

Desta forma, concluí minha ronda pelas noites de Imperatriz.

NOTA DO BLOGUEIRO: O texto acima assemelha-se muito com uma crônica. Gostaria de informar-lhes que todos os fatos a seguir compõem um retrato fiel da realidade que vivenciei neste dia. Junto com a narração deste episódio acrescentei elementos jornalísticos bem sutis. Ou seja, é tanto um texto literário quanto jornalístico.        

Direito de Resposta


Nexta sexta, dia 18, o Senador Cristão Buarque publicou em seu blog uma “Nota de Esclarecimento” (como o mesmo intitulou), em defesa própria, a respeito destas acusações.

“Jamais recebi qualquer recurso vindo do governador Arruda ou de empresários ligados a ele.”

Buarque afirma que, sobre as tais dividas relatadas por Arruda são questionáveis, uma vez que o senador prestou contas na época. E pra provar isso, ele já entrou com um pedido no TSE e no MP uma rigorosa auditoria sobre as contas, “para não pairar dúvidas”.

O ex-candidato a presidência em 2006, diz que:

“(...)A dívida que ficou de minha campanha foi de gratidão para com aqueles que tanto e tão competentemente se dedicaram àquela luta cívica de uma campanha com poucos recursos para despertar o Brasil para a importância de se fazer uma revolução pela Educação.”

Então, buscando sanar a necessidade de mudança nas diretrizes republicanas, principalmente no que tange à educação, que sempre foi o “carro-chefe” da campanha de Cristovam Buarque, o mesmo lançou propostas para que possa haver essa reforma.

“O Brasil precisa melhorar: eliminar a corrupção, melhorar o transporte público, distribuir melhor a renda e a qualidade de vida nas cidades, erradicar a pobreza, controlar a violência urbana e a disseminação de drogas, superar o atraso educacional, são alguns dos propósitos necessários para melhorar o País. As decisões para enfrentar ou não estes e outros problemas são tomadas pela atividade política. Como é feita hoje, a política tende a agravar e não resolver os problemas. Só com uma política melhor será possível fazer um Brasil melhor.
Por isto, a Reforma Política deve interessar a todos os brasileiros.  Mas na história do Brasil as reformas têm sido feitas sem motivar, interessar, nem despertar nossa população, por isto mesmo, elas são raras e incompletas.”

Neste trecho destaca-se os problemas frisados pelo Senador, e pela forma como ele aborda a temática, percebe-se que ele também está descrente da política, assim como fez o ex-governador de Brasília, no texto abaixo. E, Assim como eu disse no post do Arruda, Cristovam Buarque também propõe que repensemos o nosso modelo republicano, uma vez que a ação como é feita pelos políticos atuais, que querem tirar vantagem de tudo, só acentuam ainda mais os problemas.

Cristovam Buarque destaca em outro trecho o quão distante do povo os políticos estão, uma vez que, por exemplo, enquanto eles (pessoas públicas) desfrutam de sistemas hospitalares particulares, sendo estes bem equipados e com profissionais, no geral, competentes e experientes, à massa resta um sistema público degrado e por isso, muito limitado perante suas necessidades.

“Nossas reformas sociais têm sido feitas pelas elites dirigentes, nenhuma como resultado de rebelião de massas; e são, até por esta razão, feitas de forma incompleta, sem o necessário radicalismo para completá-las.”

Com tom socialista, neste trecho, o Senador convoca o povo para uma revolução, e acusa as antigas tentativas de reformas, de serem ações de grupos dirigentes e o resultado destas foram apenas para dar a impressão de algo mudou, ou seja, usando a antiga expressão, “para inglês ver”.

O senador faz um convite à massa para contribuir na reforma:

“É com este intuito de colaborar, neste momento, para fazermos uma Reforma Política Republicana, que submeto estas idéias ao debate público, por meio dos meios de comunicação que hoje são disponíveis: O site www.cristovam.org.br, o endereço geográfico  Senado Federal Anexo II Ala Teotônio Vilela, Gabinete 10, o Twitter: @sen_cristovam, o telefone  (61) 3303-2286, o fax 3303-2874, o email  cristovam@senador.gov.br, e facebook: Cristovam Buarque.
 Até este momento de nossa história era possível concentrar as falhas apenas nos dirigentes. Agora, com esses meios de comunicação e pressão, a responsabilidade cabe também a cada cidadão, cada um tem obrigação de participar”


Arruda contra-ataca


Nesta quinta-feira, 17, foi publicado no site da Revista Veja, uma entrevista do ex-governador de Brasília, José Arruda, que revela propina à Senadores e Deputados do DEM.

Na matéria, Arruda revela que muitos políticos do DEM que recorreram a ele nas necessidades, para financiamento de campanha, para propagandas políticas na TV e favores pessoais, o “esculhambaram” na TV, ao ser preso, por isso ele resolveu agora revelar mais detalhes de seus “pequenos favores” políticos

Arruda citou na reportagem o Senador Agripino, Senador Demóstenes Torres e o Deputado Ronaldo Caiado.

“(...)Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV) (...) O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado (...) levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.”

No texto, Arruda é questionado se o mesmo se considera corrupto. Ele responde dizendo que jogou o jogo da política brasileira”. O ex-governador também degenera a profissão política ao afirmar que “Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso”. Infelizmente concordo com ele, pois é o que tenho observado nas ultimas campanhas. Contudo, é preciso pegar esse trecho e repensar a política brasileira. Precisamos voltar a nos enriquecer ideologicamente, começando por uma reforma partidária, já que com essa “salada” que temos, fica indistinguível “a olho nu” quem é esquerda e direita, devido as incongruências existentes e cada vez mais sólidas. Sobre isso, o exemplo mais atual da história do Maranhão, foi quando o ex-presidente Lula, maior representante do PT na época, pela figura e cargo que tem (ou tinha), apoiou explicitamente a campanha da atual governadora Roseana Sarney, enquanto o PT do Maranhão vetou o apoio, provocando uma disputa interna. O que é isso? Esqueceram o significado e a função de PARTIDO POLÍTICO?!

Outro ponto a se destacar da entrevista foi o trecho em Arruda discorre sobre o fato de que mesmo os mais honestos dos políticos já foram ajudados por ele. O ex-governador cita Marco Maciel e Cristovam Buarque.

“Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.”

A verdadeira história do Garoto Zangief


Diariamente surgem ícones na blogosferas, não irei nem perder meu tempo em citá-los.
Na ultima semana, um vídeo do canal You Tube foi campeão de visitas. A filmagem mostra um garoto australiano chamado Casey Heynes sofrendo bullying no colégio. O garoto apanha de um outro menor, leva socos, mas o que é surpreendente é a sua reação depois de muita humilhação. Casey parte pra cima do agressor, o segura pelo tronco, o levanta a uma altura elevada e o arremessa, de cabeça pra baixo, com bastante força.

Por essa atitude, que apasar de violenta, Casey foi vangloriado pelo mundo inteiro, que o passou a seguir nas grandes redes sociais, como o Facebook, apoiando sua atitude corajosa. Ele também se tornou herói para muitos garotos, que, como ele, também sofrem de bullying.

Em entrevista ao programa ACA Sunday, o garoto Casey conta detalhes de uma vida sofrendo bullying. Em um dos principais pontos da entrevista, o garoto conta que desde a segunda série do ensino fundamental sofre as humilhações, e que no primeiro ano do ensino médio perdeu os 8 amigos que tinha por que começou a sofrer chacotas de um garoto de sua classe. Então, sozinho, sem ninguém para lhe defender, os ataques passaram a ser diários.

O pai de Casey conta que nunca soube das tais humilhações e se emociona bastante durante os relatos do filho.

Questionado sobre a atitude do filho no vídeo, o pai responde que ficou orgulhoso, pois estava claro para ele que Casey estava só e era preciso fazer algo para acabar com aquilo.



Casey conta que o pior momento da sua vida foi quando ele tentou se matar. Mas, a ajuda de sua irmã foi fundamental para que ele continuasse em frente. Tanta confiança na irmã resultou que no dia do episódio, Casey chegou em casa e lhe mostrou o vídeo em primeira mão. A irmã, muito orgulhosa, e sem saber o que dizer de tão feliz por perceber que ele aprendeu a se defender depois de tanta humilhação, só pôde dizer: “Toca aqui!”.

Casey Heynes virou ícone global, figura midiática, personagem de mais uma história que leva a todos a se identificarem e se envolverem emocionalmente com o caso. É isso que as mídias sociais fazem com pessoas como ele. Mas isso é bom, pois propaga massificamente a discussão sobre o assunto.

Nas redes globais, o garoto ficou conhecido com o “garoto Zangief” ou o “filho de Zangief”, personagem do jogo de luta Street Fighter, pois o golpe aplicado por Casey se assemelha muito a um usado pelo personagem do jogo.

Referências:

- Entrevista com Casey Heynes, o Zangief Kid - Legendado



terça-feira, 22 de março de 2011

Pó de Arroz virou só Pó de Mico


A crise nas laranjeiras torna o Fluminense uma laranja que ninguém quer espremer, pois suco tem, mas tem que ter pulso forte, habilidade no comando e execução dos treinos e jogo de cintura. Não entendeu? Normal. Eu explico.

Muricy Ramalho, ao pedir demissão, há quase duas semanas, do clube, justificou que ao ser contratado no início de 2010, havia um acordo entre clube e técnico. O clube exigia o titulo nacional e o técnico exigia a melhoria das condições de trabalho que incluíam, principalmente o CT. O ex-treinador cumpriu a sua parte, que era até bem mais difícil em vista a do clube, pois o Brasileirão do ano passado foi um dos mais concorridos da história.

O trato não foi cumprido e Muricy reincidiu o contrato, mesmo sabendo que era um dos melhores acordos do país, poucos clubes pagam aquela quantia mensalmente, mas, para ele estava difícil treinar em um campo ruim e que transformou as lesões em uma coisa comum no histórico do clube.

Assim, como a diretoria se nega a melhorar as condições de trabalho do clube, o técnico que vier agora terá de ter “pulso forte, habilidade no comando e execução dos treinos e jogo de cintura”.

A missão não é fácil, tanto que vários treinadores foram consultados pelo presidente do Fluminense, Celso Barros, como: Adilson Batista, Abel Braga, Levi Culpi... E nenhum aceitou vir até agora. Inclusive, nesta tarde, 21, o clube anunciara Gilson Kleina, que está na Ponte Preta, e já foi preparador físico de Abel Braga no passado. A principio, a vinda de Kleina é uma tentativa de atrair Abel, que está no Al Jazira, e o término do seu contrato se dará em junho desse ano. Mas, Abel desmente qualquer ligação com isso.

No entanto, à noite, Gilson Kleina, após uma reunião com a Ponte Preta, decidiu permanecer no clube.

Assim, o Fluminense segue sem técnico, apenas com Ronaldo Torres, mas interinamente.

No fim de semana, o Botafogo enfrentou o Vasco e acabou perdendo por 2x0. O técnico Joel Santana, foi vaiado, xingado, questionado por parte da torcida pelas substituições feitas. Essa atitude dos torcedores deixou Joel muito triste e infeliz no clube, devido a situação criada. Por isso está havendo uma conversa entre o clube e o técnico que decidirá seu futuro, neste dia 22 sairá o acordo. Eu tenho dois palpites comigo: o Joel sairá do Botafogo e assumirá o Fluminense. No Fogão, eu aposto na chegada de Adilson Batista.

Enquanto isso não acontece, vale lembrar que o clube das laranjeiras está em situação difícil na Libertadores, precisando vencer as três partidas de volta na fase de grupos, para, assim, se classificar para o mata-mata.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A morte dos ícones culturais: Tv e Futebol


3ª Do Plural

Engenheiros do Hawaii

Composição: Humberto Gessinger
Corrida pra vender cigarro
Cigarro pra vender remédio
Remédio pra curar a tosse
Tossir, cuspir, jogar pra fora
Corrida pra vender os carros
Pneu, cerveja e gasolina
Cabeça pra usar boné
E professar a fé de quem patrocina
Querem te matar a sede, eles querer te sedar
Eles querem te vender, eles querem te comprar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Corrida contra o relógio
Silicone contra a gravidade
Dedo no gatilho, velocidade
Quem mente antes diz a verdade
Satisfação garantida
Obsolescência programada
Eles ganham a corrida antes mesmo da largada
Eles querem te vender, eles querem te comprar
Querem te matar de rir, querem te fazer chorar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Vender, comprar, vendar os olhos
Jogar a rede... contra a parede
Querem te deixar com sede
Não querem te deixar pensar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?



Humberto Gessinger divaga na música terceira do plural sobre a publicidade e suas estratégias de venda, que segundo ele, há a formação de uma teia global de consumo, onde você faz uma coisa almejando outra e essa outra pra alcançar uma terceira coisa, e esta, uma quarta, e assim sucessivamente.  

O mundo publicitário se alimenta dessa tendência de querer moldar as pessoas, ditando modelos ou padrões de boa vida, mas raramente estes modelos são voltados, de fato, para o bem estar exclusivamente do indivíduo, e sim, à principalmente, a alternativa mais lucrativa para a publicidade.  

Carregado de apelação, a publicidade utiliza de imagens para atrair ao público. Preste atenção, em comerciais de cartões de crédito têm normalmente mulheres bem vestidas, com um aspecto de dominância, liberdade, independência, status que passa então a ser almejado por todas as mulheres, pois segundo a propaganda aquilo é um modo de vida adequado e elas então adquirem o cartão por acreditar que é ele que proporciona tal padrão social. Outro caráter apelativo seria para as mensagens subliminares, que por trás sempre tem um teor de “COMPRE, COMPRE” e aos poucos esse sentido é interpretado e absorvido pelo público.

A mídia atual sobrevive de publicidade e é justamente aí que está o erro, pois dia após dia, a qualidade da programação aberta é mais chula, e dia de domingo então é que você percebe o quanto estamos perdidos. Dominado por programas de auditório, o primeiro dia da semana é um tédio televisivo. O Gugu, apresentador da Record, ou o Célsio Porttiolli do SBT são publicitários vestidos de terno com um microfone na mão e uma câmera focada em seu semblante convidativo, estes apresentam quadros em seus programas totalmente voltado pra as classes C e D da camada social brasileira, não desmerecendo a cultura majoritária, que de fato pertence a estas pessoas, mas culturalmente falando é um conteúdo pobre, e entre um quadro e outro temos uma marca divulgando a sua proposta para uma revolução na vida dos telespectador, uma transformação social, na maioria, se não todas as propagandas, puro sensacionalismo.

Este é um convite para uma análise do declínio para uma crise, se já não estamos, da cultura televisiva brasileira, meio que surgiu no século passado e se fortaleceu ao se reinventar a cada década passada, mas que agora está se deteriorando devido a tanta hibridização dos meios. Ou seja, a interferência excessiva da publicidade na comunicação está levando esta a sucumbir.

A grade de programação está ajustada justamente buscando maior audiência. Isso explica porquê temos uma mídia paupérrima, já que somos uma país de maioria pobre, então lógico, “vamos empobrecer nossa programação e torná-los ainda mais ignorantes, tirar cada vez mais suas opções de subir na vida, para que eles continuem a dar audiência e a publicidade colha cada vez mais os louros, fruto da ignorância superior neste país” (por Publicitário Anônimo).

QUE TÁ COMIGO NESSA LEVANTA A MÃO:

\O/
SÓ VOCÊ AÍ?! NÃO ACREDITO! VAMOS NOS UNIR. ACHA QUE É BESTEIRA, ENTÃO VEJA ISSO:



Em mais uma demonstração que cultura do Brasil não é barata, por justamente está nas mãos de grupos que só pensam na manutenção de suas contas bancarias e não do status social do brasileiro, o Clube dos 13 divulgou nesta semana a carta convite para as emissoras que estejam interessadas em cobrirem o campeonato brasileiro nas temporadas 2012, 2013 e 2014.
Tive acesso através do portal globoesporte.com ao documento. Li todo ele, e constatei que há um leilão no ar, como bem frisa a carta no termo III, tópico 19 do documento:

O clube dos 13 venderá a transmissão dos jogos em TV aberta, com exclusividade, seguindo a licitação amparada nesta carta convite, para a emissora cujo o “valor da proposta”, calculando segundo o critério descrito adiante, seja maior.”

É um absurdo um grupo dominar assim os direitos deste ícone cultural brasileiro.
Outro ponto do documento coloca que o valor mínimo da proposta deverá ser de 500 milhões de reais, uma super valoração que levou a Rede Globo sair do páreo, depois de 25 anos de parceria. A emissora do falecido Roberto Marinho irá agora negociar os direitos de transmissão com os clubes diretamente. No entanto, o Clube dos 13 afirma que um acordo feito ano passado com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) ficou determinado que é proibido a negociação direta com os clubes.

Enfim, leilões a parte e futebolistas sem chão na outra parte, por enquanto, o que se tem é uma guerra de forças, ou melhor, um cabo de guerra, e a única certeza, mais uma vez, é que nessa o povo sairá perdendo, infelizmente.

Fonte: Globoesporte.com 
            Letras.com

Links interessantes:


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nunca Antes - Uma viagem em 88 fotos pela era Lula (por Alan Marques)


Em visita ao Museu Nacional de Brasília, pude conferir uma valiosa exposição de fotos a respeito da Era Lula. Sensacional a abordagem crítica do autor, que através da fotografia deu direcionamento no seu discurso. Para quem quer curtir uma espécie de linha do tempo comentada e relembrar não os fatos, e sim os efeitos dos fatos no personagem Luis Inácio Lula da Silva eu recomendo. A minha intenção é dar oportunidade que mais pessoas vejam essa exposição, sem ir a Brasília, mas é claro que a qualidade não é a mesma. Confiram a seguir o trabalho do fotógrafo Alan Marques.


Além da Memória

A memória age como um
dardo certeiro no centro do 
alvo da consciência

Na memória há imagens que não se apagam, resistem às mudanças e ancoram no porto seguro das lembranças, que estão acima do bem e do mal. 

Assim essas imagens que suplantam a realidade e forma parte de nossa mítica cultura política. Imagens remanescentes de um passado próximo, que já estão no panteão de uma memória sedimentada, que reafirma o que mudou para melhor, aquilo adquirido como bem definitivo, que não se subtrai da história, do que correspondeu à expectativa da grande maioria brasileira, que almejou e conseguiu realizar o sonho no voto, por mundo melhor, com menos miséria, menores distâncias sociais, mais cidadania e menos desigualdades sociais, mais educação e cultura, mais empregos, mais produção e riquezas, menos crises, mais compaixão e mais amor pelo país, que hoje é um memorável exemplo transcontinental, por mostrar-se presente e atuante no mapas das democracias modernas.

As imagens deste ensaio traduzem-se num livro e numa exposição no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República e revelam algo que não se vê impresso, mas que brota à percepção por força da sinceridade que o fotógrafo Alan Marques singularmente trás a vista: uma inegável admiração pela persona e pelo estadista em foco e, por a sua compreensão e apreensão de um contraditório contexto sociopolítico brasileiro, protagonizado em oitos anos de mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, que promoveu
grandes mudanças estruturantes no Brasil e, que está aí, expostos às lentes pra para quem quiser entende-lo, sem disfarces ou retoques.

Um ensaio emocionado, mas realista, bem humorado, mas crítico, que sem ufanismo tem ainda em perspectiva revelar, para além das imagens, uma lembrança de que temos mesmo um futuro promissor.

Autor: Wagner Barja / Diretor do Museu do Conjunto Cultural da República. 





tempo quente
Sem rosto
Viver de Lixo
A realidade
Sonho de Político
Sonho de Papel
A Fome...
...e a vontade de comer
Desafios
O Eleito

Ordem e Progresso
A posse
 Juramento de lealdade
 De Maduro
 O dono da bola
 Toca aí
 Radical de Gabinete
Pé na estrada
Que Rei Sou Eu 
Vai Uma Cervejinha?


Los Tres Hermanos
Quem ganha essa?

Interação da nossa África
Integração com a África
Sábado Quente
Domingo de Sol
Lula queria ser soldado
Sempre tem carnaval...
...e Rock'n Roll


Notícias ruins e notícias boas
Cassação
Segura a imprensa
É o noel?
Marcha MST


Pato Manco
Gol 1907
Que Papeleira
O que É isso, Companheiro?
Debaixo dos Panos
Debaixo D'Água
E o salário
Só Punição Divina
A turma do cangaço
Vai Encarar?


Arremesso de pedra
Índio Boliviano
Índio Brasileiro
Você também?
Subida da Rampa 2
Por comida
Por marmita
Por Água
Sob a força da água
Com a força da água
Contorcionista
Beijo Na Unasul
Troca de carinhos
                                                                          Hermana Kichner...
                                                                 A copa do mundo é nossa

Tormenta de Pandora
                                                                     Tempestade de Areia


 Onde há fumaça, Há fogo
 Sarney & Sarney
 Fora, Sarney
 Esse você encara?
 Além do Horizonte
 Salão dos Nobres
 Timão na Cabeça
 Bilhete Premiado
 Onde Vai, Menino?
 Se Cristo fosse brasileiro
                                                                                Onda verde
                                                                                Só Mágica
Plínio, o Agitador
A Sombra do Presidente Lula
Com vocês, a Senhora Presidente do Brasil

Atrás das lentes

Nascido em Brasília em 1971, Alan Marques cursou Administração na EAUDF, Jornalismo no UniCEUB e pós-graduação em MBA e Marketing na Fundação Getúlio Vargas. Trabalhou nos jornais O Globo e Jornal de Brasília e fotografa para a Folha de S. Paulo desde setembro de 1997. Ganhou os prêmios de jornalismo e de Fotografia da Agência Brasileira de Segurança (ABS) em 2005, com a foto “Sem segurança em frente ao Congresso Nacional”, menção honrosa no prêmio internacional 14º Concurso Latinoamericano de Fotografia Documental Los Trabajos y los Dias, em Medelín, Colômbia, com a série “Terra, água e talvez ouro”, sobre mineiros brasileiros que trabalham na fronteira entre Brasil, Venezuela e Suriname, e o Prêmio Folha de Fotografia de 2009. Participou da “Exposição 80 anos da Folha”, do livro do MST de fotografia – “Acesso à terra no Brasil”– e da exposição “Niemeyer 100 anos”, que comemorou o centenário do arquiteto Oscar Niemeyer em Portugal. Fotografou as viagens pelo território nacional e pelo exterior dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva. Também cobriu manifestações no âmbito nacional, como a Marcha dos 100 mil, feita pelo MST, greves nacionais, investigações das comissões parlamentares dos casos PC Farias, anões do Orçamento, mensalão, votações importantes no Congresso Nacional, como a reforma da Previdência e a emenda que permitiu a reeleição de FHC, as campanhas para a presidência da República de 1994, 1998, 2002 e 2006. Em 2008, publicou o livro “Caçadores da Luz”, com histórias dos bastidores do fotojornalismo.