sexta-feira, 25 de março de 2011

Valeu de mais, Fluminense!


Valia o fim da crise. Valia continuar acreditando. Valia confirmar o título de time de guerreiros. Valia pra provar que nem mesmo frente a tantas adversidades deve-se desistir.

O pó de arroz tem em sua história recente a histórica reação do Brasileirão de 2008, quando, ameaçado de ser rebaixado (tinha 98% de chances), conseguiu reverter essa matemática com seqüências de vitórias no segundo turno. Acredito que esse fato é tido pelos jogadores como exemplo de que enquanto houver chances, eles lutarão.

Em jogo de volta pela Libertadores, o Fluminense recebeu o América do México com um único objetivo: conquistar os três pontos. No banco de reservas, um contestado técnico interino, Ronaldo Torres (que tem contrato vitalício com o clube como auxiliar técnico). Torres mudou o esquema tático do time. Apostou em um time mais ofensivo, mesmo com um adversário muito talentoso como a equipe do México, que venceu na partida de ida.

O jogo no inicio foi tenso, truncado no meio de campo, sendo as jogadas mais procuradas foram chute de longa distância e a ligação direta. E foi em uma bobeira da zaga do Fluminense que saiu o primeiro gol da partida. Aos 15 minutos, lançamento feito por Montenegro, de 51 m de distância, o goleiro Ricardo Berna aproveita a “parede” feita pelo zagueiro Digão e salta para interceptar o lance no ar, segura a bola, mas, chocasse contra o tronco do zagueiro e cai de mal jeito, deixando a esfera escapar de seu domínio. Oportunista, Vuoso se adianta na jogada e toca pro fundo das redes.

O que já era difícil parecia ter se tornado missão impossível. Mas, em uma reação fulminante, aos 22 minutos, cruzamento de Souza na área do América, e Gum se adianta ao zagueiro da equipe mexicana, e faz um o gol de empate.

A partir daí o jogo se tornou interessante com a investida dos dois lados em criação de jogadas ofensivas. No fim do primeiro tempo o Fluminense encaixou uma longa pressão, e teve várias chances de marcar o segundo.

Na volta pro segundo tempo, a ofensiva ficou por parte do time brasileiro, enquanto a equipe mexicana procurava sair rápido em transição para ataque.

Aos 20 minutos, um cruzamento fechado de Sanches da linha de fundo, a bola passava por cima da linha quando Digão, na tentativa de cortar o lance, acaba colando a esfera pra dentro.

Mais uma vez com placar adverso, além disso, a pressão por resultados e em casa, o Flu parte freneticamente para o ataque. No início, meio desorganizado, mas depois soube colocar a bola no chão e criar boas jogadas ofensivas.

O técnico Ronaldo Torres resolve trocar peças do time e torná-lo ainda mais ofensivo. Colocou os atacantes Araújo e Rafael Moura (He-Man) e o Meia Deco.

Com o América todo recuado, porém, marcando com linha defensiva alta para pressionar no meio de campo, ou seja, a zona do raciocínio, como denomina o saudoso Silvio Luis, o time de guerreiros criou muitas chances, que pararam na defesa. Mas aos 35 minutos, Araújo recebe um cruzamento glorioso de Conca, e com um arremate de cabeça, indefensável, marca o gol da reação.

A partir daí, o América volta a buscar jogo e cria situações de perigo na base contra-ataque. Ao se adiantar, a equipe mexicana deixa exposta sua defesa. Dessa forma, um lançamento de Fred a longa distância, pega de surpresa a zaga mexicana, e Deco se antecipa aos dois zagueiros e ao goleiro, que vinha como um líbero, e com um toque, apesar de ser na dividida, mas, por cima do goleiro, fazendo a bola “morrer” lentamente dentro do gol. Era Deco fazendo a sua glória e a redenção do Fluminense.

O jogador lusobrasileiro vinha de lesão e voltava justamente nessa partida. Durante sua recuperação, Deco pensou em encerrar a carreira, mas, para a alegria da torcida guerreira, o jogador foi persistente e agora só tem que comemorar seu bom momento. Este é um atleta iluminado, de fato, que apesar de tantos títulos importantes e em clubes importantes, ainda se emociona ao decidir uma partida.

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